Egito tenta afastar crise em estreia na Copa Africana de Nações
por Fernando
O futebol egípcio vive um período de transformação importante, junto com a necessidade urgente de recuperar a relevância continental que o acompanhou durante décadas. O Egito, maior vencedor da Copa Africana de Nações com seus impressionantes sete títulos conquistados, segue em busca de reencontrar aquele brilho que não desponta desde 2010, quando levantou pela última vez o troféu que o coloca entre os gigantes do futebol africano. E é justamente neste cenário turbulento que a seleção egípcia entra em cena para sua estreia na 35ª edição do torneio, que acontece em Marrocos, começando no próximo domingo, 21 de dezembro.
A estrutura montada pela federação egípcia, tendo em vista a importância do momento, conta com uma delegação reforçada por astros europeus de alto calibre. Mohamed Salah, o fenomenal atacante do Liverpool e figura inegavelmente maior estrela da seleção, está de volta aos gramados da Copa Africana determinado a transformar em gols as esperanças de uma nação inteira. Ao seu lado, aparece também Omar Marmoush, do Manchester City, trazendo ainda mais força ofensiva para um time que promete surpreender, junto com a expertise tática do técnico Hossam Hassan, lendário por suas números como artilheiro e que ainda está em processo de construção de seu próprio legado nas bancos de treinador.
Um grupo desafiador, mas não impossível
O Egito integra o Grupo B, ao lado de Angola, África do Sul e Zimbabwe. A estreia acontece justamente contra o Zimbabwe, naquele que é considerado um jogo absolutamente acessível para os padrões de uma seleção com a tradição egípcia. O duelo acontece nesta segunda-feira, em Agadir, às 20 horas pelo horário de Brasília, em um confronto onde o Egito entra como favorito absoluto pelos números históricos, vencendo todos os duelos diretos contra os zimbabuanos nas competições anteriores.
Após essa primeira tarefa, os Faraós encaram um verdadeiro teste de fogo. No dia 26 de dezembro, defrontam a poderosa África do Sul, seleção que sempre se mostra altamente competitiva e que oferece desafios muito mais complexos para qualquer equipe do continente. E finalizando a jornada da primeira fase, no dia 29, vem o duelo contra Angola, um adversário que também sempre apresenta certa resistência, abrindo mão de nenhuma oportunidade de surpreender nos torneios africanos.
Mohamed Salah como símbolo de esperança
Mohamed Salah continua sendo ainda o grande destaque dessa seleção, o jogador capaz de abrir caminhos onde aparentemente não existem. O atacante de 33 anos, tenta se manter em seu auge, embora atualmente seja banco no Liverpool, em meio às turbulências internas do clube inglês. Sua chegada no Marrocos marca presença absolutamente relevante, dado que Salah é responsável por diversos gols que emplacou na campanha das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, mostrando estar completamente apto para essa empreitada.
Na última entrevista coletiva, Salah declarou com convicção: "O Egito é o maior vencedor desta competição e queremos recuperar aquilo que é nosso por direito. Estou preparado fisicamente e mentalmente para fazer diferença neste torneio." Suas palavras traduzem o peso da responsabilidade que carrega sobre seus ombros.
Um novo começo para os Faraós
É neste contexto complexo e repleto de nuances que o Egito entra em campo para sua estreia em Marrocos. A partida contra o Zimbabwe, embora estatisticamente favorável, representa uma oportunidade fundamental para o Egito começar a costurar aquela narrativa de recuperação. Uma vitória convincente, junto com uma boa atuação de Salah e companhia, pode servir como catalisador para as próximas partidas contra adversários muito mais difíceis.
Os próximos dias dirão se a escolha de Hossam Hassan foi acertada, se o talento reunido conseguirá transformar-se em futebol competitivo e se, finalmente, os Faraós conseguem dar um passo significativo em direção ao oitavo título que faz tanta falta à seleção egípcia.